Uma mulher de 19 anos é
apontada pela polícia como responsável por assassinar e abandonar o corpo de um
recém-nascido em um terreno baldio no conjunto Parque dos Faróis, em Nossa
Senhora do Socorro, região da Grande Aracaju (SE). A informação foi
confirmada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na tarde
desta sexta-feira (24).
O corpo do bebê do sexo
feminino foi encontrado por populares na última segunda-feira (20). A
diretora do DHPP, delegada Tereza Simony, disse hoje que o nome da investigada
não será revelado para preservar a integridade física dela. “É um caso
delicado, eu peço a compreensão da imprensa para que ela não venha sofrer
represálias”, ponderou.
Segundo a delegada, a polícia
chegou até a genitora da criança através de uma ligação para o disque denúncia
181, que informou com riqueza de detalhes as circunstâncias do momento em que o
corpo do bebê foi deixado no terreno.
Tereza Simony afirmou ainda
que durante o depoimento a mulher confessou o crime, falou sobre a gestação
indesejada, sobre o parto e sobre a morte do bebê. “Ela disse que teve um caso
com um homem casado e descobriu a gravidez em dezembro do ano passado, mas que
só contou para ele em fevereiro, quando disse que iria abortar",
relatou a delegada, acrescentando que "o suposto pai teria dado a ela
R$ 90 e ela também vendeu um celular, foi até uma farmácia e comprou uma medicação
abortiva, tomou junto com uma garrafada, mas não abortou”.
No interrogatório, a
mulher contou que tinha uma amiga que também mantinha um caso esse homem, e ao
saber da gravidez, a amiga passou a ameaçá-la. Em razão de toda conturbação da
gestação, a mulher alegou que decidiu se livrar da criança.
A jovem também disse à
delegada que pariu na madruga do sábado para o domingo e, de forma cruel e
covarde, asfixiou a própria filha recém-nascida e escondeu o corpo no quintal
de casa, até a noite do domingo.
“Ela disse que pariu dentro de
um vaso sanitário, que a criança caiu no vaso e ela desmaiou. Quando recobrou a
consciência, tirou a criança do vaso e ela estava fria, mas viva. A criança
abriu os olhos e tentou chorar, nesse momento ela foi até o quintal e pegou uma
peça íntima do pai, avô da criança, e colocou na boca do bebê para abafar o
choro. Depois disso ela disse que a criança ficou fria e não se mexia, ela
então colocou a filha dentro de uma sacola plástica e escondeu no fundo do
quintal. De domingo para segunda, foi até o terreno baldio onde abandonou o
corpo”, detalhou a delegada.
A investigação está sendo
conduzida pela delegada Luciana Pereira. Outras pessoas devem ser ouvidas e se
for comprovada participação, também poderão responder pelo crime. “A
delegada vai fazer a análise do caso, outras pessoas serão chamadas e
provavelmente responderão também por esse crime. Ainda precisamos esclarecer a
conduta de cada um e quem contribuiu para a prática desse crime, vai
responder”, disse a diretora do DHPP.
Ainda de acordo com Tereza
Simony, por enquanto, a mulher vai responder em liberdade e pode ser indiciada
por infanticídio (quando crime é cometido logo após o parto, na condição de
depressão pós-parto) ou por crime de homicídio. “A depender do desenrolar das
investigações, se a Justiça achar necessário, ela será presa”, pontuou.
