“Você está com câncer.” Essa frase deve ser ouvida por quase cinco mil
pessoas em Sergipe este ano, segundo estimativa do Instituto Nacional de Câncer
José Alencar Gomes da Silva (Inca). Conforme o estudo "Incidência de
Câncer no Brasil", 30% dos casos são estimados na capital sergipana,
correspondendo a 1.500 diagnósticos.
A maior
parte dos casos no estado deve incidir sobre homens, 2.380 no total,
correspondendo a uma taxa de risco de 211,3 para cada 100 mil habitantes do
sexo masculino. Em relação ao sexo feminino, são esperados 2.550 casos dos mais
diversos tipos de câncer, representando um risco de 215,4 para cada 100 mil
pessoas do grupo.
O tipo
de câncer com maior incidência em homens, segundo a pesquisa, é o de próstata,
com a estimativa de 700 novos casos diagnosticados durante este ano. Já nas
mulheres, os de maior predominância são de colo de útero e mama, 250 e 550
possíveis diagnósticos, respectivamente.
O Inca
afirma que em cada 10 casos, três estão relacionados ao estilo de vida que as
pessoas levam. Hábitos como tabagismo, consumo de álcool, sedentarismo,
obesidade e exposição excessiva ao sol aumentam as chances de incidência da
doença.
Segundo
os pesquisadores, cerca de um terço dos tipos de câncer podem ser evitados, o
que significa um passo muito importante no aspecto da prevenção da doença no
Brasil e no mundo. Os dados foram divulgados em um evento no Inca para o Dia
Mundial do Câncer.
O
combate a notícias falsas e a boatos sobre a doença é um dos focos do Inca este
ano. Para a diretora-geral do Inca, Ana Cristina Pinho Mendes, o combate aos
boatos representa uma forma de prevenir o câncer, porque a consequência muitas
vezes é afastar os pacientes dos tratamentos corretos e criar falsas
expectativas.
"Isso
gera ansiedade, gera muitas vezes expectativas irreais, fantasiosas e
frustração porque não funcionam. É preciso que a informação correta chegue ao
paciente e quanto mais informação, mais preparado o paciente estará para
enfrentar a doença", argumenta Pinho.
Por Will Rodriguez
