A Rússia vetou a resolução
do Conselho de Segurança da ONU que serviria para condenar a invasão da Ucrânia
nesta sexta-feira (25). Foi o único país a votar contra, mas seu voto tem
poder de veto.
A resolução recebeu o
voto favorável de 11 dos 15 membros do Conselho, entre eles o Brasil, que
ocupa um assento temporário no grupo. China, Emirados Árabes e Índia se
abstiveram.
A representante dos Estados Unidos, a embaixadora Linda Thomas-Greenfield, foi a primeira a discursar e justificar seu voto – a favor de uma condenação à invasão russa.
Brasil se posiciona
Embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, disse que o Conselho de Segurança deve agir urgentemente diante da agressão da Rússia. Essa foi a primeira vez que o Brasil se manifestou oficialmente e foi contra a invasão russa à Ucrânia.
Costa Filho disse também
que o país tentou manter uma posição de equilíbrio, e que durante as
negociações do texto, o Brasil procurou "manter o espaço de diálogo, mas
ainda sinalizando que o uso da força contra a integridade territorial de
um Estado-membro não é aceitável no mundo atual".
"As preocupações de
segurança manifestadas pela Federação Russa nos últimos anos, particularmente
em relação ao equilíbrio estratégico na Europa, não dão à Rússia o direito de
ameaçar a integridade territorial e a soberania de outro Estado", disse o
embaixador brasileiro.
Como é formado o Conselho
de Segurança?
O Conselho de Segurança da
ONU é formado por 15 membros das Nações Unidas. Destes, dez assentos são
rotativos, e cinco são permanentes – estes são os que têm direito a veto.
Fazem parte da atual
formação do Conselho de Segurança os países:
Albânia
Brasil
China*
França*
Gabão
Ghana
Índia
Irlanda
Quênia
México
Noruega
Rússia*
Emirados Árabes
Reino Unido*
Estados Unidos*
*Países com assento
permanente no Conselho de Segurança. Todos eles têm direito a vetar as
resoluções votadas.
O que pode acontecer após
o veto?
Após a rejeição do
Conselho de Segurança, um texto semelhante poderia ser enviado à Assembleia
Geral das Nações Unidas, para ser avaliada pelos 193 membros da ONU e onde não
há direito de veto.
O texto vetado pelos
russos havia sido apoiado por cerca de 60 países – além dos 11 membros do
Conselho que foram favoráveis a ele –, e pedia para a Rússia "cessar
imediatamente o uso da força" e "abster-se de qualquer ameaça ilegal
ou uso de força contra um estado membro da ONU".
A resolução pedia ainda
que a Rússia "retirasse imediata, completa e incondicionalmente" suas
forças militares da Ucrânia e "revertesse" a decisão de reconhecer a
independência das províncias do leste ucraniano de Donetsk e Luhansk, em
guerra, uma vez que "viola a integridade territorial".