O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, disse hoje
(16) que Petrópolis teve sua pior chuva desde 1932. Já foram confirmadas 80
mortes, enquanto 21 pessoas foram resgatadas com vida nas áreas atingidas da
cidade localizada na região serrana do estado.
"Foram 240 milímetros em duas horas. Foi uma chuva
altamente extraordinária", disse Castro. O volume supera a média histórica
atribuída a todo o mês de fevereiro que é, segundo a Defesa Civil municipal, de
238,2 milímetros.
Até o momento, há registro de 26 deslizamentos. São 372
pessoas desabrigadas e desalojadas. O Ministério Público do Rio de Janeiro
(MPRJ), através do programa de localização e identificação de desaparecidos, já
recebeu solicitações para localização de 35 pessoas.
Castro defendeu os investimentos feitos pelo seu governo
nos últimos anos em obras de contenção de encostas e de melhoria do asfalto e
em programas habitacionais. Segundo ele, há um foco em ações preventivas.
"Não se resolve 40 anos em um ou dois anos", disse.
O governador acrescentou que há problemas estruturais que
existem desde outras tragédias. A história da região serrana é marcada por
outros desastres envolvendo temporais.
Em 1988, após dias ininterruptos de chuva, 134 pessoas
morreram em deslizamentos de terra, desabamentos ou levadas pelas águas da
enchente em Petrópolis. Já em 2011, 918 pessoas perderam a vida em um dos
maiores desastres socioambientais do país: o impacto foi maior nas cidades de
Nova Friburgo e Teresópolis, mas Petrópolis também foi bastante castigada.
"Há sim um caráter excepcional na tragédia de ontem. A
união de uma tragédia histórica com um déficit que realmente existe causou esse
estrago todo. Que sirva de lição. Que as obras aconteçam e que possamos
minimizar esses estragos", disse Castro, se comprometendo com os
investimentos para recuperação das áreas críticas da cidade.
"Não estamos aqui há dois dias de bobeira. A gente
sabe da dificuldade financeira do município. O governo do estado vai entrar com
o que for necessário. Se tiver mais ajuda, ótimo. Mas não será por falta de
recurso que nós deixaremos de fazer as obras necessárias", acrescentou.