A agricultura sergipana sofre com
a falta de manutenção das rodovias federais. No estado, 70% das estradas
apresentam alguma deficiência em pavimento, sinalização ou geometria da via.
Assim, no total de 657 quilômetros, apenas 179 são considerados ótimos ou bons.
Os dados são da Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Na avaliação da CNT, apenas
para as ações emergenciais de restauração das vias, serão necessários cerca de
R$ 350 milhões. Já para a manutenção dos trechos classificados como
desgastados, o custo estimado é de R$ 105 milhões.
O presidente da Federação da
Agricultura e Pecuária do Estado de Sergipe, Ivan Sobral, afirma que o
investimento em novos modais seria mais eficiente do que apenas reformar as
rodovias.
Segundo ele, foram produzidas
900 mil toneladas de grãos em Sergipe, em 2017, e apenas 150 mil foram
consumidas no estado. As outras 750 mil seriam enviados para suprir a
necessidade, principalmente do Centro-Oeste, mas a falta de transporte para
esse escoamento atrasou a economia das duas regiões.
“Sergipe é um estado costeiro
que poderia ser aproveitado melhor o nosso porto para o escoamento de produção.
Além disso, temos uma ferrovia hoje que não tem utilização. Sem dúvida, esses
novos modais ajudariam bastante o estado quando referido ao escoamento de produção”.
Com a proximidade das
eleições, presidenciáveis já se posicionaram em relação a investimentos que
precisam ser feitos no setor de infraestrutura. O candidato ao Planalto pelo
MDB, Henrique Meirelles, por exemplo, apontou a extensa possibilidade hidroviária
do país para movimentação da agricultura.
“Temos que explorar também a
grande vantagem do Brasil que é a hidrovia que é o sistema mais barato que
existe de transporte. Algumas obras pontuais, por exemplo, eliminando algumas
rochas no Tocantins, Araguaia pode viabilizar o grande escoamento de toda essa
região”.
O candidato do PSOL, Guilherme
Boulos, disse que é preciso aumentar o investimento estatal na área, que hoje
corresponde a apenas 2% do PIB. Já Marina Silva, da Rede, defende um projeto
econômico que esteja atento às mudanças nas formas de produção mundial.
Agência do Rádio
