O recrudescimento da violência
judicial escancarada que acelera e intensifica o cerco aos direitos básicos e
fundamentais do ex-presidente Lula atingiu um ponto extremo: 11 militantes de
movimentos sociais darão início a uma greve de fome em apelo à libertação de
Lula. O processo será deflagrado este mês e tem o respaldo da direção do PT. A
mobilização dar-se-á em Brasília, às margens do STF (Supremo Tribunal Federal).
Possibilidade de o próprio Lula fazer greve de fome não está descartada.
A memória política do país não nega: em sua
prisão arbitrária e violenta dos anos 80, o ex-presidente Lula foi obrigado a
fazer uma greve de fome em forma de protesto para chamar a atenção da sociedade
e da justiça, à época alinhada ao golpe militar e às violências de estado.
Após a carta de Lula publicada ontem, muito
mais emocional que as anteriores, e a cada dia que passa diante da clareza de
um Supremo Tribunal seletivo, dividido, pressionado e acovardado, o processo
político brasileiro vai afunilando de maneira dramática e irreversível.
O fracasso retumbante do golpe e dos
candidatos do golpe ornam com a situação paradigmática de horror que Michel
Temer, Sergio Moro e PSDB produziram no país após a derrota de Aécio Neves. De
um lado, o governo acelera a devastação institucional e logística da governança
(que deverá sofrer um processo de recuperação inédito após a saída do governo
golpista e tomado por toda a sorte de incompetências gerenciais).
Esse cenário em seu conjunto
precipita uma aceleração do drama político-social brasileiro, com ações
extremadas como a greve de fome da militância progressista. A sequência disso
pode não ser a retomada da democracia, mas o seu exato contrário.
“Após as seguidas derrotas no STF e os sinais
de que a presidente da corte, Cármen Lúcia, não pautará ações que pedem a
revisão da prisão após segunda instância até setembro, 11 militantes
de movimentos sociais ligados ao PT começarão uma greve de fome em apelo
à libertação do ex-presidente Lula. O protesto será deflagrado no fim
deste mês e tem o respaldo da direção do partido. Os manifestantes prometem
acampar em Brasília até que a situação do petista seja reavaliada.
A ação extremada faz parte de uma série de
movimentos que o PT vai promover para tentar reverter a prisão de Lula. O partido
quer entregar um abaixo-assinado a tribunais superiores em 15 de agosto,
quando haverá ato para o registro da candidatura do petista.”
