O jovem William Santos
Andrade, 24, é uma das pessoas que faz parte das estatísticas de homicídios de
Sergipe. No ano passado, o Estado amargou a marca de 1.123 homicídios e, neste
ano, até junho, já são 551 pessoas assassinadas. Infelizmente, um ano após o
assassinato do jovem, que foi morto na porta de casa, em Nossa Senhora do
Socorro, os autores do crime não foram identificados e podem estar soltos
cometendo outros delitos. Quantos casos de homicídio estão que nem o do jovem
William, sem resolutividade? A Secretaria da Segurança Pública (SSP) não sabe
responder!
Sobre o número de pessoas
presas, a unidade especializada, em 2017, efetuou a prisão de 217 pessoas e
solicitou 354 representações ao Poder Judiciário (mandados de prisão e de busca
e apreensão). A arma de fogo acaba sendo a mais utilizada nos crimes de
homicídio.
Ainda segundo a SSP, uma
pesquisa divulgada ano passado mostra que 80% dos autores de homicídios dolosos
investigados pelo DHPP possuem baixa escolaridade. A partir da leitura 539
inquéritos policiais, pesquisadores diagnosticaram a falta de relação entre os
autores dos homicídios com a sala de aula.
O trabalho do Núcleo de
Análises e Pesquisas e Políticas Públicas de Segurança e Cidadania (Napsec) da
SSP baseou-se nas cidades de Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão,
cujos procedimentos instaurados pela Polícia Civil correspondem a 45% dos casos
de homicídios em todo o Estado de Sergipe.
Foram registrados como
alfabetizados 5,1%, não alfabetizado 0,4%, 7,2% não sabem ler ou escrever, 0,4%
corresponde à formação técnica, ensino fundamental incompleto 60,9%,
fundamental completo são 3,8% e 5,1% com ensino médio, além de casos não
informados 17%. Segundo a pesquisadora Anúbia Tavares, o grau de escolaridade
foi uma variável relevante e que aponta para encaminhamentos importantes.
A mesma pesquisa mostra que
75,6% das vítimas de homicídios em Aracaju, São Cristóvão e Nossa Senhora do
Socorro morreram por algum tipo de relação com o tráfico de drogas em Sergipe.
Quando analisada a relação dos autores dos homicídios com o tráfico de drogas,
o número sobe para 85,1%. A variável motivação foi catalogada a partir da
elaboração de um quadro, cujos recortes de suas categorias possibilitaram o
preenchimento da informação mais precisa. Foram verificados no DHPP, como
motivações, mortes por brigas familiares, por ganho econômico, discussão de
trânsito, discussão/briga e entorpecentes/drogas.
A motivação que se apresentou
com mais casos foi a relação com drogas ilícitas como fator preponderante, com
44,6%; seguindo por vingança, que obteve um percentual de 28,7%. Mais atrás
ficou discussão/briga (7%), crime passional (6,2%) e ganho econômico (5,8%).
Outras motivações aparecem, mas de forma menos significante.
