A Polícia Federal
(PF) afirma ter provas de que empresários brasileiros montaram uma estrutura para
lidar irregularmente com as exigências "públicas e privadas" do
presidente Michel Temer (MDB), que pode enfrentar uma nova denúncia de
corrupção.
"Os elementos
recolhidos indicam que a Argeplan e sua estrutura financeira e funcional foram
colocadas várias vezes a serviço das demandas da vida pública e privada de Sua
Excelência o Presidente Temer", disse o delegado Cleyber Malta Lopes em
relatório ao Supremo Tribunal Federal (STF), como relatado nesta sexta-feira
pelo jornal O Globo.
A Argeplan é uma
empresa de propriedade do ex-coronel da Polícia Militar, João Batista Lima,
amigo pessoal de Temer e também investigado pelas autoridades brasileiras.
A investigação
apura se Temer recebeu suborno em troca de benefícios para empreas que operavam
no porto de Santos (SP), graças à aprovação de um decreto.
O Supremo aceitou
nesta sexta-feira conceder à polícia uma prorrogação de 60 dias para concluir a
investigação (esta é a terceira vez que os agentes pedem mais tempo para
investigar o presidente).
No momento, o delegado
Malta Lopes advertiu a Suprema Corte de que ele encontrou "ligações
financeiras suspeitas" entre as supostas empresas beneficiadas, Argeplan e
o amigo de Temer.
Esse novo caso de
corrupção poderia custar ao presidente brasileiro a terceira denúncia no que
foi seu mandato.
Temer foi
denunciado duas vezes pela Procuradoria-Geral da República (PGR), no ano
passado, por supostos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e
pertencimento a uma organização criminosa.
Delação de Cunha
vai acusar Temer de comandar organização criminosa na Câmara
No entanto, em ambas as ocasiões o governo conseguiu mobilizar seus aliados na Câmara dos Deputados, que decidiu arquivar as queixas por maioria, impedindo que Temer fosse afastado do cargo para ser investigado.
No entanto, em ambas as ocasiões o governo conseguiu mobilizar seus aliados na Câmara dos Deputados, que decidiu arquivar as queixas por maioria, impedindo que Temer fosse afastado do cargo para ser investigado.
Contudo, Temer
perderá o foro privilegiado a partir de janeiro de 2019, quando as duas
denúncias já apresentadas deverão voltar a tramitar.
