O economista Luiz Moura, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio Econômico (Dieese-SE), afirmou na manhã desta quarta-feira (7), durante coletiva de imprensa com nove sindicatos e duas centrais sindicais, que a situação de empobrecimento da população sergipana é preocupante. Segundo ele, há registro de que existem 600 mil pessoas inadimplentes no estado e com o nome no Serasa, ou seja, 33% da população está negativada.
Ainda conforme Moura, houve uma queda na renda per capita em Sergipe de 5%, enquanto que nacionalmente a renda per capita caiu em 3%. Segundo ele, os servidores públicos enfrentam um maior empobrecimento, pois estão há cinco anos com os salários congelados enquanto gás, gasolina e vários itens de consumo tiveram elevação de preço neste período.
“O futuro governante que assumir provavelmente vai ter que resolver o problema da folha de dezembro com o salário dos servidores atrasado, o 13º atrasado, o pagamento dos terceirizados atrasado, o pagamento dos fornecedores atrasado e pagar as dívidas feitas junto ao Banese através dos servidores e dívidas com bancos públicos, apesar de Jackson afirmar que não fez dívidas. Este é o cenário, a menos que Belivaldo honre o pagamento e a reposição de perdas”, destacou Moura.
“Protege devedores”
O presidente do Sindicato do Fisco de Sergipe, Pedro Pedroza, também participou da coletiva. Ele denunciou que o governo protege devedores e sonegadores de impostos através do refinanciamento de suas dívidas.
“O que desequilibra as contas do Estado não é a Folha de Pagamento, mas o déficit na conta de capital que é de mais de R$ 2 bilhões. Sobre a Lei de Responsabilidade Fiscal, Paulo afirmou que o discurso mantido há cinco anos de que o estado está no limite prudencial é parte de estratégia.
“No entanto, ao observar as contas do governo, é fácil verificar um ‘inchamento’ da folha. De 2012 a 2016 cresceu 15%, mas em 2017 cresceu 14%. Vimos que cargos em comissão foram nomeados no fim do ano, o que elevou a folha, mas na sequência foram demitidos, o que explica o ‘inchamento’. Também percebemos que o 13º foi lançado duas vezes, como se tivesse sido pago duas vezes, tudo passa a impressão de uma Folha de Pagamento maior do que ela é de fato”, denunciou.
Já a presidente do Sindicato dos Professores de Sergipe (Sintese), Ivonete Cruz, disse que há uma política de massacre aos professores. “Denunciar o governo e fazer o enfrentamento é algo que passa por todos os sindicatos. Temos especificidades na luta, na carreira, em cada categoria, tudo isso é posto na mesa de negociação. Mas há um ponto de unidade da luta de todos nós: é o combate à política de desrespeito e desvalorização dos servidores públicos que gerou o maior empobrecimento da nossa história”.
Após as exposições e entrevistas, as organizações sindicais se reuniram para planejar atividades de luta e protesto no dia 20 de março.
Participação
Participaram da coletiva o Sintese, Sindifisco, Seese (enfermeiros), Sinpsi (psicólogos), Sindasse (assistentes sociais), Sindinutrise (nutricionistas e técnicos em nutrição), Sinter (trabalhadores da EMDAGRO), Sintrase (servidores do estado), Sindijus (trabalhadores do Judiciário), CTB e CUT foram as organizações sindicais presentes que participaram da construção da coletiva.
